O feijão-carioca de qualidade superior (notas 9 a 10) mantém preços elevados, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (9) pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). 

Os valores registrados na primeira semana de junho ultrapassaram a média observada entre setembro de 2024 e maio de 2025, impulsionados pela oferta restrita do produto no mercado nacional.

A escassez deste tipo específico de feijão é o principal fator que sustenta os preços acima da média dos últimos 9 meses, conforme indicam os dados do Cepea. A situação acontece durante um período de transição entre safras, caracterizado por negociações mais cautelosas.

Na semana passada, o mercado nacional de feijão demonstrou comportamento mais conservador. As transações aconteceram de forma pontual, com compras parciais direcionadas apenas ao abastecimento do varejo.

O cenário atual impacta produtores e comerciantes de feijão-carioca de alta qualidade, além dos compradores deste produto específico, que encontram valores superiores à média dos últimos 9 meses nas diversas regiões pesquisadas pelo Cepea.

Para os feijões classificados como comerciais (notas 8 a 8,5), a situação é diferente. Existe maior volume de grãos disponíveis no mercado, incluindo estoques da safra anterior. A maior oferta tem dificultado a recuperação dos preços deste tipo específico de produto.

Os pesquisadores do Cepea identificaram que o mercado na semana passada priorizou o escoamento dos estoques de feijão. O ritmo mais cauteloso das negociações resultou em certa estagnação nas transações. Compradores evitam adquirir grandes volumes, enquanto produtores resistem a aceitar propostas com valores mais baixos.

A normalização dos preços elevados depende diretamente da entrada de novos lotes de feijão no mercado com o avanço da próxima safra, fator que ainda não tem previsão definida.