O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, afirmou nesta semana que “a baixa renda está melhorando” graças ao Bolsa Família. A declaração acompanha o anúncio de que o ministério teria atingido 100% das metas do programa no primeiro ano do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027. Sim, todas as metas — o que, convenhamos, é sempre curioso em se tratando de políticas públicas em um país com tamanha complexidade social.
Segundo o ministro, 24,4 milhões de brasileiros teriam saído da insegurança alimentar em 2023, o que seria um passo importante para, mais uma vez, tirar o Brasil do Mapa da Fome. A promessa, no entanto, é antiga, e a fome, infelizmente, não é novidade.
“Vamos alcançar quem ainda está em insegurança alimentar e trabalhar para atingir os mais baixos níveis de miséria, pobreza e desigualdade da história do Brasil”, garantiu Wellington Dias. A frase soa familiar — talvez porque seja repetida por diferentes gestões há décadas, enquanto milhões seguem dependendo de programas assistenciais para sobreviver.
O cumprimento integral das metas no papel contrasta com a realidade de milhares de famílias que enfrentam dificuldades para manter comida na mesa. Enquanto isso, o governo celebra os números e projeta novos marcos, como se a pobreza se rendesse facilmente a metas administrativas.
No fim das contas, o país segue em sua velha sina: tentando combater um problema estrutural com promessas de resultados milagrosamente eficientes em tempo recorde.