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Rafael descarta Themístocles e abre crise silenciosa na base aliada

Decisão unilateral do governador de tirar o MDB da vice em 2026 deixa Themístocles Filho insatisfeito e expõe rachaduras internas no governo petista

Portal SRN
Por: Portal SRN Fonte: Por Douglas Ferreira / Gazeta Hora 1
01/07/2025 às 06h53 Atualizada em 01/07/2025 às 07h04
Rafael descarta Themístocles e abre crise silenciosa na base aliada
Foto: Ricardo Morais/OitoMeia

Finalmente, o martelo foi batido, Themístocles Filho está fora da chapa majoritária de Rafael Fonteles em 2026. O MDB perdeu a vice-governadoria. Mas o que choca não é a troca em si - comum na engrenagem fria da política - e sim a forma com que ela foi conduzida: sem diálogo, sem respeito, sem aviso prévio. Um movimento que revela mais sobre o estilo de governar de Rafael do que sobre o jogo político em si.

Themístocles Filho não é um quadro qualquer. É um dos pilares da governabilidade no Piauí, homem de trajetória longa, leal ao projeto petista, parceiro de primeira hora e figura central na articulação política do governo. Mas, ao que parece, no novo modelo de poder, lealdade foi confundida com subserviência, e o velho vice virou apenas um número na planilha de cálculo político do Palácio de Karnak.

Fonteles agiu com frieza. Optou por uma chapa pura do PT e comunicou a decisão dentro do próprio partido, sem sequer consultar a cúpula do MDB, nem o próprio Themístocles. Um gesto descortês, politicamente desastroso e institucionalmente desrespeitoso.

O resultado? Uma crise silenciosa - ainda contida, mas prestes a eclodir. Nesta segunda-feira (30), o senador Marcelo Castro, presidente estadual do MDB e aliado do governador, se reuniu com Themístocles Filho e outros emedebistas para avaliar o estrago. Em entrevista, mesmo medindo as palavras, deixou claro: o desconforto existe e não é pequeno.

“Evidentemente que isso traz um desconforto, não só para ele [Themístocles], mas para o partido também... Isso, de certa forma, é traumático”, disse Castro.

E mais: o MDB não vai esquecer tão cedo. Pode até não romper agora, mas a relação de confiança foi fraturada. O cristal ficou trincado. Themístocles, segundo interlocutores, se sentiu desvalorizado, escanteado e, pior, usado. O senador Marcelo foi direto: “Não é a mesma coisa pleitear e não conseguir, e estar no cargo e ser descartado”.

Fonteles, que se vende como o “matemático da nova política”, pode ter cometido um erro de cálculo clássico: subestimou a reação de quem não aceita ser tratado como peça descartável. Como ele bem sabe, na política, assim como na matemática, a ordem dos fatores altera - e muito - o produto final.

A pergunta que paira agora em Teresina e nos bastidores de Brasília é: como virá a reação de Themístocles? Vai se calar e aceitar a imposição? Vai reorganizar a tropa e virar o jogo? Ou será o MDB que começará a repensar sua permanência num projeto que trata seus quadros com desdém?

Ao que tudo indica, Fonteles mexeu numa engrenagem delicada da base. E o barulho dessa decisão ainda vai ecoar forte nas eleições de 2026.

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