A revista britânica The Economist publicou uma análise crítica sobre a atuação internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando uma perda de influência no exterior e impopularidade no Brasil. A publicação destaca o alinhamento de Lula com o grupo BRICS — formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e critica o posicionamento geopolítico adotado pelo país.
Segundo a análise, o BRICS, que surgiu inicialmente como um bloco econômico de países emergentes, tem se transformado, especialmente nos últimos dez anos, em um grupo com forte viés geopolítico. A revista argumenta que, sob a liderança de Xi Jinping na China, o bloco passou a adotar uma postura mais hostil ao ocidente.
A publicação critica o alinhamento do Brasil com países como China e Rússia, afirmando que essa aproximação não condiz com a tradição diplomática brasileira. Ressalta ainda que o Brasil é uma democracia ocidental e os Estados Unidos continuam sendo um parceiro importante para o país, questionando a lógica de estreitar laços com nações cujos valores políticos e econômicos divergem significativamente dos brasileiros.
A The Economist também cita declarações de Lula defendendo negociações comerciais entre os países do BRICS utilizando moedas próprias, interpretação que, segundo a revista, revela uma inclinação antiamericana. Na visão do semanário britânico, tais ações não trazem benefícios econômicos concretos para o Brasil.
Ao final, a publicação sugere que Lula deveria concentrar-se mais em desafios internos e reconhecer a influência limitada do país no cenário internacional. A revista mantém a tradição de críticas contundentes a líderes brasileiros, como já fez em outros momentos, inclusive durante o governo de Dilma Rousseff.