Um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta-feira (8), aponta que os trabalhadores mais jovens do Piauí continuam sendo os mais mal remunerados do estado. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) referente ao ano de 2024.
De acordo com a pesquisa, pessoas com idade entre 18 e 29 anos tiveram rendimento médio de apenas R$ 1.576 — o valor mais baixo entre todos os grupos etários. Para efeito de comparação, quem tem entre 30 e 39 anos recebeu, em média, R$ 2.217, o que representa um ganho cerca de 41% superior ao dos mais jovens. A renda média geral dos piauienses ficou em R$ 2.203.
O estudo também mostra uma tendência clara: quanto maior a idade, maior tende a ser o rendimento. Desde 2012, início da série histórica, a faixa acima dos 60 anos foi a que mais viu seus ganhos crescerem, com aumento real de 123,95% no período.
Outro destaque da pesquisa são as disparidades salariais entre homens e mulheres, bem como entre diferentes grupos raciais. Em 2024, as mulheres no estado ganham, em média, 16,6% a menos do que os homens. Ainda assim, os rendimentos delas cresceram mais desde 2012: 38,33%, contra 31,62% entre os homens.
Na análise por raça ou cor, a população preta apresentou a maior evolução salarial nos últimos 12 anos — uma alta de 49,5%, passando de R$ 1.251 em 2012 para R$ 1.870 em 2024. Em seguida, vêm os brancos, com crescimento de 42,5%. Já os pardos tiveram o menor avanço, com aumento de 30,83% nos rendimentos, chegando a R$ 2.062 neste ano.
Os dados expõem as persistentes desigualdades no mercado de trabalho piauiense, afetando principalmente os jovens, as mulheres e a população negra e parda.