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Bolsonaro sugere acordo com STF e Lula por anistia

Ex-presidente disse que investigação sobre tentativa de golpe de Estado é “ficção” e que acordo traria pacificação ao Brasil

29/11/2024 às 08h41
Por: Weslley Moreira / Portal SRN Fonte: Poder 360
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“Falar de golpe de Estado com general da reserva, 4 oficiais e um agente da PF é outra piada. Eles não querem pegar o Braga Netto, o Heleno, eles querem pegar eu mesmo. Acham que eu sou o mal”, disse Bolsonaro
“Falar de golpe de Estado com general da reserva, 4 oficiais e um agente da PF é outra piada. Eles não querem pegar o Braga Netto, o Heleno, eles querem pegar eu mesmo. Acham que eu sou o mal”, disse Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta quinta-feira (28) um acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal) e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma anistia para si e para os presos pelo 8 de Janeiro.

O ex-presidente disse que a medida traria pacificação ao país e permitiria deixar para trás conflitos que envolvem sua investigação pela PF (Polícia Federal). 

“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. […]  se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido”, afirmou em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro.

O tópico ganhou força entre os bolsonaristas com o avanço das investigações que imputam ao ex-presidente e outros 36 aliados um plano para impedir a posse de Lula e se manter no poder no final de 2022, incluindo o assassinato do petista e do ministro Alexandre de Moraes, então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O PL da anistia, que ameaçou ganhar tração na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) dominada pela base aliada ao ex-presidente, teve a tramitação atrasada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que não quis envolver o tema na disputa pela sua sucessão. Porém, Lira diz querer resolver a questão ainda em seu mandato, que se encerra em fevereiro de 2025.

Na 2ª feira (25.nov), ao chegar de viagem a Alagoas, Bolsonaro negou envolvimento na armação golpista, mas disse ter medo de ser preso pelo episódio.

GOLPE DE ESTADO É “FICÇÃO”

O ex-presidente também disse que o relatório da PF que o apontou como um dos líderes da organização criminosa que planejou executar um golpe de Estado em 2022 é uma “peça de ficção”. 

“[O relatório] é mais uma peça de ficção. Falar de golpe de Estado com general da reserva, 4 oficiais e um agente da PF é outra piada. E como um todo, não tem prova de absolutamente nada. Eles não querem pegar o Braga Netto, o Heleno, eles querem pegar eu mesmo. Acham que eu sou o mal, o grande mal da democracia”, declarou.

Bolsonaro disse que sua equipe de advogados terminou a leitura das quase 900 páginas do relatório na 4ª feira (27.nov). O documento foi divulgado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na 3ª (26.nov).

“Eu tenho uma equipe boa de advogados, que eu posso pagar graças ao Pix que as pessoas doaram para mim há um ano e pouco atrás, e eles correram com a leitura desse relatório. Terminaram ontem, e deram uma primeira impressão para mim”, disse.

Bolsonaro também afirmou que é acusado de dar golpe desde 2019, quando assumiu como presidente.

“O problema que eu vejo que ocasionei é que a gente foi tapando o ralo. Quando você fecha o ralo, por exemplo, na ponte de Santos, que dá um prejuízo de R$ 500 milhões por ano, e passou a dar lucro de R$ 500, esse 1 bilhão ia para o bolso de algumas pessoas. Assim você pegava Correios, pegava Itaipu Binacional, pegava ministérios, obras. Você não viu corrupção no nosso governo. Atrapalhou gente importante, que vivia de recursos públicos”, declarou. 

RELATÓRIO DA PF

Segundo o relatório da corporação divulgado na 3ª feira (26.nov), desde 2019, Bolsonaro propagou informações falsas sobre o sistema eleitoral, tentou cooptar as Forças Armadas e tinha ciência de todos os passos do plano coordenado por assessores, militares e integrantes do governo.

O grupo planejou a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e também a prisão e posterior execução do ministro Alexandre de Moraes. A PF indiciou o ex-presidente e mais 36 pessoas no inquérito.

Entre elas, estão:

  • general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Valdemar Costa Neto, presidente do PL;
  • Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
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