A Operação Carro-Pipa está sendo paralisada por falta de recursos federais em seis estados do Nordeste a partir de hoje (25). A ação atende este mês 344 municípios do semiárido da região em emergência por seca ou estiagem, e sem ela, 1,25 milhão de moradores vão ficar sem água.
A informação foi confirmada à coluna pelo MDR (Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional), financiador oficial do programa, e pelo Exército, que o executa por meio da contratação dos pipeiros. Não há previsão para recomposição do orçamento.
O Escritório Nacional da Operação Carro-Pipa do Comando Militar do Nordeste informou em nota que a operação "interrompeu a distribuição de água no dia 25 de novembro em quase todo o semiárido, haja vista a falta de descentralização de recursos pelo governo federal."
"A paralisação da Operação Carro-Pipa envolve os estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia. Sem mais no momento", diz o texto.
Pessoas que eram atendidas pela operação em novembro:
Ao todo, a operação está apta a fornecer água a 1,4 milhão de pessoas no mês de novembro em todo o Nordeste (o número de beneficiários muda conforme os meses) em 379 municípios de oito estados (apenas o Maranhão, do Nordeste, não está na lista, por não fazer parte do semiárido). As operações em Sergipe e no Ceará não serão paralisadas. Os dados foram colhidos do site oficial da operação.
Comunicado na sexta
O comunicado da falta de verba foi repassado por comandos regionais do Exército aos operadores dos caminhões, os chamados pipeiros, que pararam a entrega de água nesta segunda-feira (25).
A coluna teve acesso a comunicados oficiais enviados na sexta-feira (22) pelos comandos regionais para avisar os prestadores do serviço.
Como cada comando administra seu orçamento e contratações, a paralisação não ocorre de maneira uniforme e por isso a situação pode variar em cada estado.
"As empresas ainda rodam até o fim do mês [sábado], mas as pessoas físicas já pararam de rodar hoje [segunda-feira]", conta um dono de caminhão em Alagoas, que pediu para não ser identificado.
Na Paraíba, a situação é semelhante, conta outro pipeiro. "Essa paralisação ocorre em um período em que o número de pessoas atendidas é grande", relata.
O anúncio gerou preocupação de prefeitos. Na Paraíba, a Famup (Federação dos Municípios da Paraíba) avisou que acionou a bancada federal.
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