Os agentes do mercado financeiro apostam que a taxa básica, a Selic, subirá para 11,25% ao ano nesta semana. O Copom (Comitê de Política Monetária) deverá decidir na quarta-feira (6) por aumentar o juro base em 0,5 ponto base. O reajuste seria maior que o adotado na reunião anterior, de setembro, quando os diretores do BC (Banco Central) elevaram os juros em 0,25 ponto percentual.
Alguns motivos para esse reajuste maior da Selic é o mercado de trabalho aquecido, que tem impactos na demanda. A taxa de desemprego do Brasil atingiu 6,4% no terceiro trimestre, o segundo menor nível da história. A inflação de serviços tem sido pressionada pelo maior dinamismo do emprego e renda, que também tem resultado em crescimento econômico acima do esperado pelos agentes financeiros e pelo Banco Central.
Outro fator que tem aumentado a preocupação dos analistas é a cotação do dólar comercial, que tem efeitos sobre os preços. A moeda norte-americana atingiu R$ 5,87 na sexta-feira (1), o segundo maior valor da série histórica, iniciada em 2012.
A BC vai aumentar o ritmo de ajuste na Selic, mas os agentes financeiros ainda têm dúvidas sobre a taxa terminal –que é o patamar que o juro base encerra o ciclo de ajustes. As projeções dos analistas indicam que será de 12% na primeira reunião de 2025, mas há estimativas que apontam Selic de 13,5% em meados do próximo ano.