Em uma década, o Brasil passou de 55,3 milhões de veículos em circulação para 62,1 milhões, um aumento de 12% na soma de carros, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos. O crescimento quantitativo veio acompanhado do envelhecimento da frota, que passou de uma média de 8 anos e 1 mês em 2014 para 10 anos e 4 meses em 2024, representando uma alta de quase 30%.
Além de acender alertas quanto à poluição, os dados do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotivos), podem ser explicados por uma combinação de preço alto dos veículos novos e baixa renda da população, segundo Josilmar Cordenonssi, professor da Escola de Negócios do Mackenzie. A única categoria que ficou com a frota mais nova foi a das motos.
Para o professor do Mackenzie, a alta tributação sobre a importação dos automóveis –e a consequente redução da concorrência externa –contribuem para os altos preços –principalmente nos carros. “A renda per-capita, bem ou mal, talvez esteja ainda recuperando o nível de 2014. Tivemos uma recessão grande de 2015 a 2016”, afirmou. “Dessa forma, pessoas que compram carro zero tendem a ficar mais tempo com ele.”
DINÂMICAS ECONÔMICA E AMBIENTAL
O mercado de automóveis é um dos indicadores da economia. Sua movimentação demonstra como o uso dos veículos é aplicado nas atividades no país. No caso dos caminhões, o aumento da frota dialoga com a logística interna: se há mais unidades em uso é por causa da maior demanda pela circulação de mercadorias.
Para o professor Luciano Nakabashi, da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), o aumento na quantidade de caminhões indica um cenário econômico positivo. “Isso reflete uma economia que está produzindo e vendendo mais”, disse Nakabashi.