Cerca de 3 milhões de adultos beneficiários do programa Bolsa Família estão acima do peso, segundo dados do governo federal. Essa quantidade corresponde a 64% das pessoas com mais de 18 anos que recebem o benefício e passam por acompanhamento nutricional (4,76 milhões de pessoas).
Além disso, a condição de sobrepeso e obesidade afeta aproximadamente 583 mil crianças de 0 a 5 anos (14,7% dos 3,97 milhões de acompanhados) e 627 mil adolescentes até 17 anos (28% dos 2,24 milhões monitorados)
Os dados foram apresentados no 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que estabelece estratégias e iniciativas voltadas à segurança alimentar e nutricional. Com o plano, o governo federal busca aumentar o consumo de alimentos in natura, reduzir o uso de ultraprocessados, além de promover ambientais que incentivem a alimentação adequada para prevenir todas as formas de má nutrição (desnutrição, sobrepeso, obesidade e carências de micronutrientes).
Para lidar a prevenção do sobrepeso, o plano sugere a adoção de ações de desestímulo ao consumo de alimentos ultraprocessados, enfrentamento ao preconceito com pessoas com obesidade e promoção de alimentação adequada e saudável no ambiente escolar, incluindo escolas rurais e das comunidades e territórios de povos e comunidades tradicionais.
Em 17 anos, a proporção de adultos com obesidade mais que dobrou no Brasil, saltando de 11,8% para 24,3%, segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco, que considera os anos de 2006 a 2023. O resultado indica que 25% dos adultos das capitais do país estavam obesos.
“Esses dados expõem outra preocupante dimensão da insegurança alimentar: a obesidade é fator de risco para diversas doenças crônicas não transmissíveis, muitas vezes associadas a padrões alimentares inadequados”, diz o documento.