As alterações nas normas do Pix publicadas nesta quinta-feira (6/3) pelo Banco Central (BC) preveem que as instituições financeiras e de pagamentos garantam que os nomes das pessoas e empresas vinculadas a chaves Pix sejam os mesmos dos registrados nas bases de CPF e CNPJ da Receita Federal.
A autarquia explicou que a inconformidade de CPFs e CNPJs que restringirá o uso do Pix não tem relação com o pagamento de tributos, mas apenas com a identificação cadastral do titular do registro na Receita.
Com as novas determinações da autoridade monetária, as instituições que oferecem o serviço de Pix deverão excluir chaves de pessoas e de empresas cuja situação cadastral não esteja regular.
Não poderão ter chaves Pix registradas na base de dados do BC:
Segundo o banco, a verificação deverá ocorrer sempre que houver uma operação envolvendo uma chave Pix, como um registro, uma alteração de informações, uma portabilidade ou uma reivindicação de posse.
“É uma medida de combate à fraude, não tem a ver com situação fiscal”, explicou Breno Lobo, chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro. Ele argumentou que essas pessoas usam o Pix para cometer fraudes e golpes. “Não tem nada a ver com o pagamento de imposto”, completou.
Lobo adicionou que o objetivo dessa regra é evitar que pessoas usem nomes de empresas ou abram empresas para legitimar seus golpes. “Esse é o grande objetivo. É dificultar a vida dos fraudadores e dos golpistas”, disse.
O BC vai enviar nas próximas semanas um arquivo com a lista dos CPFs e CNPJS para os bancos, com o prazo de um mês para eles resolverem esses problemas cadastrais. Os bancos que não seguirem as determinações do regulamento — ou seja, que mantiverem chaves Pix em situação irregular na Receita — ficarão sujeitos à aplicação de penalidades, que inclui multa no valor base de R$ 50 mil.
Essa regra vai entrar em vigor a partir de 1º de abril de 2025.
O BC salientou que “as medidas aprovadas não irão mudar em nada a forma como as pessoas e as empresas fazem ou recebem Pix”. Conforme a autoridade monetária, são medidas operacionais para combater as fraudes no Pix.
O Banco Central acredita que, ao implementar as novas medidas, será mais difícil para os golpistas manterem chaves Pix com nomes diferentes daqueles armazenados nas bases do Fisco.
Além das instituições financeiras e de pagamentos, o BC atuará para detectar chaves Pix com nomes diferentes do registrado na Receita, para garantir que os participantes excluam ou ajustem essas chaves.