Um em cada quatro brasileiros (24%) diz ter perdido dinheiro nos últimos 12 meses por causa de algum crime digital, como clonagem de cartão, fraude na internet ou invasão de contas bancárias, segundo pesquisa do Instituto DataSenado em parceria com a empresa Nexus divulgada nesta segunda-feira (30).
Foram entrevistados, por telefone, 21.808 brasileiros com 16 anos ou mais de todos os estados e do Distrito Federal, no período de 5 a 28 de junho. O nível de confiança é de 95%, e a margem de erro média nas respostas para dados nacionais ficou em 1,22 ponto porcentual.
Do total de respondentes, 75% disseram que não perderam dinheiro por algum crime digital nos últimos 12 meses.
São Paulo aparece como o estado com o maior percentual de pessoas que relataram ter perdido: 30% dos moradores. Na sequência, ficaram Mato Grosso do Sul (28%), Roraima (27%), Distrito Federal (27%) e Espírito Santo (26%). O Ceará tem o menor: 17%.
Perfil das vítimas
Entre as pessoas que perderam dinheiro por algum crime digital, 41% moram em municípios com mais de 50 mil até 500 mil habitantes; 32%, em municípios com mais de 500 mil habitantes; e 26%, em cidades com até 50 mil habitantes.
Ainda em relação a essas pessoas, 90% moram em área urbana, e 10%, em área rural. Por religião/crença, a distribuição fica da seguinte forma: 39% são católicos, 36% são evangélicos e 25% são de outras religiões ou não possuem.
São 66% com alguma ocupação profissional, 29% fora da força de trabalho e 5% desocupados. Aqueles que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.824,00) representam 51% do total; os que ganham entre dois e seis salários mínimos (R$ 8.472,00), 35%; e os que ganham mais de seis salários mínimos, 14%.
Os que possuem Ensino Médio completo são 35% das vítimas; os com Ensino Superior incompleto ou mais, 29%; os com até Ensino Fundamental incompleto, 22%; e os com até Ensino Fundamental completo, 15%.
Em relação à cor/raça, 57% são pretos/pardos/indígenas e 43% são brancos/amarelos.
Por faixa etária, a distribuição fica assim: as pessoas na faixa etária de 16 a 29 anos são 27%; aquelas na de 30 a 39 anos, 23%; as pessoas na de 40 a 49 anos, 20%; aquelas na de 50 a 59 anos, 14%; e as pessoas na de 60 ou mais, 16%.
Metade das vítimas são mulheres, e a outra metade são homens. De acordo com José Henrique Varanda, coordenador da pesquisa e analista do Instituto DataSenado, ela permite compreender melhor a dimensão dos crimes cibernéticos na população brasileira e pode servir como base para a elaboração de propostas.
"Outro destaque é a representatividade da pesquisa ao trazer dados locais. As estimativas por estado são importantes para representação parlamentar do Senado", pontua.
Segundo o CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, "os golpes virtuais têm se tornado cada vez mais frequentes e sofisticados, impactando parcela significativa dos brasileiros". "Os dados [da pesquisa] permitem um diagnóstico amplo, que pode apontar possíveis soluções para prevenção e enfrentamento desse problema", acrescenta.
Mín. 23° Máx. 39°