O governo ainda vai avaliar se adotará ou não o horário de verão, extinto em 2019 pelo governo anterior. A medida passou a ser considerada pelo fato de o Brasil estar vivendo a pior seca da história, que impacta as hidrelétricas, e pela chegada do período do calor, quando mais eletrodomésticos são acionados.
A economia, segundo o ONS, viria do fato de que, com o horário de verão, o governo precisaria acionar menos usinas termelétricas (mais caras) em horários de grande consumo de energia.
No entanto, o ONS ressalta que o horário de verão não vai gerar economia de energia. O que vai acontecer, se ele for aplicado, é que, ao postergar em uma hora o início da noite, usinas eólicas e solares vão ajudar no momento de grande consumo, que é a volta para casa.
Quando anoitece, as gerações eólica e solar caem, porque venta menos e porque não há luz natural. Aí as termelétricas têm que ser ligadas no início da noite, que é quando as pessoas voltam para casa, acendem as luzes, tomam banho, ligam o ar-condicionado ou o ventilador. E também é a hora em que é ligada a iluminação pública.
Com o "atraso" da noite em uma hora, o acionamento da iluminação pública e privada não coincidem com a hora da chegada em casa (acionamento de eletrodomésticos, como o chuveiro).
Horários de grande consumo, como a chegada em casa, são chamados no jargão elétrico de "ponta de carga".
"Tomando como base as receitas dos empreendimentos vencedores do leilão de reserva de capacidade realizado em 2021, e considerando uma redução estimada em cerca de 2 GW [gigawatts] na ponta de carga devido à aplicação do horário de verão, estima-se uma economia anual, em termos de pagamento de receita fixa aos empreendimentos vencedores do leilão, de cerca de R$ 1,8 bilhões por ano", escreveu o ONS.
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