As queimadas que assolam os municípios de Elizeu Martins e Canto do Buriti, no Sul do Piauí, invadiram áreas do Parque Nacional Serra das Confusões, uma das maiores unidades de preservação ambiental do Brasil. A situação já dura mais de uma semana e mobilizou equipes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que enviou 13 brigadistas federais para ajudar no combate ao fogo. Além deles, bombeiros e brigadistas do Parque Nacional Serra da Capivara também estão envolvidos na operação.
O incêndio já destruiu parte significativa do parque, que abrange mais de 800 mil hectares e é considerado um dos maiores espaços de conservação da Caatinga, abrigando espécies ameaçadas de extinção, como a jacutinga, onças parda e pintada, e o tamanduá-bandeira. Entre as áreas mais afetadas, segundo o supervisor de brigadistas federais do Ibama, Francisco Valeriano, estão as regiões sul e extremo sul do parque. Apesar do fogo estar controlado, ainda há focos que estão sendo monitorados.
Valeriano alertou para os riscos que as queimadas representam, especialmente em períodos de baixa umidade, altas temperaturas e ventos fortes. Segundo ele, a maioria dos incêndios é provocada pela ação humana, principalmente para caça e queima de lixo. Ele reforçou a importância de evitar o uso do fogo em qualquer circunstância durante esse período crítico.
Além dos esforços locais, 12 brigadistas federais do Piauí foram enviados ao Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso, para combater outro incêndio de grande proporção que ameaça o território.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Piauí já contabilizou 1.808 focos de incêndio somente na primeira quinzena de setembro, um aumento de 400 focos em relação ao mês anterior, demonstrando a gravidade da situação e a necessidade de medidas mais eficazes para combater e prevenir novos focos.
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