O Brasil estabeleceu como meta adaptar todo o currículo básico à revolução digital. Mas uma de cada quatro escolas ainda não tem acesso à internet e a maioria dos professores não está treinada. Os repórteres Vladimir Neto e Lúcio Alves mostraram a experiência de um país vizinho ao nosso.
Em Montevidéu, no Uruguai, os alunos estudam com robozinhos, lupas digitais, telas interativas, drones...
E também usam microchips e fios para construir circuitos e resolver problemas do cotidiano. O Uruguai é um exemplo de país na América do Sul que conseguiu incorporar a tecnologia na educação.
Piauí
Em uma escola pública de Teresina os alunos têm uma sala cheia de computadores para aprender inglês, com ajuda de inteligência artificial.
A cem quilômetros dali, a realidade é bem diferente. A maioria das escolas públicas brasileiras, mais de 70%, não tem um laboratório de informática. Uma escola, no interior do Piauí, por exemplo, tem 230 alunos, 23 professores e apenas três computadores que servem a toda a comunidade escolar. Por isso, a professora Ana usa o próprio celular para ajudar na aula de português dos alunos do quarto ano.
Em uma escola, na zona rural do município de Olho D’Água, tem um computador para todo mundo e que só chegou em 2024. Quando a professora precisa fazer alguma atividade com os alunos, traz o equipamento pra dentro da sala de aula.
Reduzir essa imensa desigualdade é um dos maiores desafios da educação no Brasil. E é urgente. O Conselho Nacional de Educação aprovou - há mais de dois anos - a inclusão da computação no currículo das escolas. A meta era que, em outubro de 2023, toda a rede de ensino estivesse com a grade escolar adaptada a temas como pensamento computacional, mundo digital e cultura digital. Mas até agora esse objetivo não foi alcançado.
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